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O colorido das velas que, com a força do vento, promoveram um verdadeiro balé sobre as águas do rio Maracanã abriu, com chave de ouro, o meu roteiro de férias, em setembro. A regata de São Miguel Arcanjo, padroeiro da cidade cujo nome é o mesmo do rio, foi um belo espetáculo que pude prestigiar. Se continuar com a mesma organização não tenho dúvidas de que, em pouco tempo, o evento poderá entrar para o calendário do turismo nacional! No mês que vem, novembro, haverá uma nova regata, desta vez alusiva a festividade de Nossa Senhora de Nazaré. Uma boa dica para quem quer conhecer Maracanã e vivenciar uma experiência única, além, é claro, de aproveitar as praias e igarapés da região.
Na verdade, os moradores da região do salgado (nordeste paraense) apreciam as regatas. Inclusive, cheguei a conhecer uma que é realizada em Marapanim, sempre como encerramento das festividades pelo Círio, no mês de agosto. O esporte, digamos assim, tem como atletas os pescadores artesanais e a população ribeirinha da região que utilizam as próprias embarcações artesanais para a competição. Uma galera que manja muito sobre o comportamento das águas e dos dos ventos. Também reúne alguns grupos que tem na prática do velejamento uma recreação. A regata tem três categorias: 4x4, 3x3 e lotação máxima (canoa cheia). A premiação da regata de São Miguel Arcanjo foi em dinheiro.
É uma cidade pequena, de povo acolhedor e cheia de belezas que precisam ser valorizadas e preservadas - principalmente no que se refere ao patrimônio artístico-cultural. A iniciativa privada local ainda precisa mudar de comportamento e sair da zona de conforto para conseguir alavancar o turismo local, que tem um potencial incrível na gastronomia e no ecoturismo. Esta critica construtiva é principalmente para os restaurantes que, aos fins de semana, fecham para almoço e os poucos que ficam abertos (pelo menos no dia da regata) não davam conta de atender a demanda. Vale, aí, procurar se capacitar em vários aspectos e isso tem de ser feito agora, já que o poder público tem fomentado o turismo na localidade e conseguido atrair visitantes. O próprio evento da regata, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Turismo e Comunicação mostrou isso: A iniciativa da prefeitura de promover um evento bem organizado, mas que a iniciativa privada não acompanhou - ou pelo menos se preparou para - isto.
Já à noite, o cenário muda. A vida noturna de Maracanã é bem interessante. Têm muitas opções de onde comer. A variedade do cardápio, por sinal, é grande. Cito duas dicas: A pizza da Iphome, ao lado da Praça da Igreja Matriz, e o tacacá misto (de camarão com caranguejo) na orla da cidade, perto do letreiro. Gente! Vocês não tem noção, a Iphome tem uma das pizzas mais saborosas do mundo! Experimentem a 'country'.
O novo point da cidade é o bar Ideologia, que abriu recente, ao lado da pizzaria. Bons petiscos, ótimo atendimento e preço justo. Tem um espaço de reggae que costuma ser bem frequentado aos fins de semana, o bar Tabuado, na orla.
O ideal é ir de carro para Maracanã, mas se você não tiver essa opção a viagem pode ser feita via transporte intermunicipal. Por enquanto, com exceção de vans, não há ônibus fazendo a linha Belém-Maracanã. Tem de ir para Igarapé-Açu e de lá pegar ou um taxi-lotação ou outra van. Apesar dessa dificuldade de acesso, a viagem tem tudo para ser incrível e inesquecível. Como fiquei na casa de amigos, não tenho contato de meios de hospedagem. Ah! Mas conheci o Chalé da Wanda, aconchegante, limpinho e ótimo atendimento. Tem piscina, inclusive.
A cidade é cercada por igarapés de águas geladinhas e correntes. Alguns deles ficam distantes a 10 ou 15 minutos do centro da cidade. Particularmente, gostei muito do igarapé Cearázinho (que não é esse da foto ao lado, mas é tão bonito quanto). Acredito que devam ter dezenas de balneários ainda desconhecidos pelo turista. Isto porque Maracanã tem mais de 100 vilas, distritos e comunidades rurais. Todas com uma beleza própria e escondida aos olhos da maioria dos visitantes. O dia que fizerem um mapa dos balneários locais - pelo menos dos principais - um fim de semana vai ser pouco para conhecer esses paraísos.
Ah! Uma coisa que gostei em Maracanã, é que pelo menos na área urbana, as ruas são limpas. Não vi entulhos acumulados por lá.
Maracanã, como muitos sabem, é o município-sede da ilha de Maiandeua, onde estão as vilas de Algodoal e Fortalezinha, onde se localizam as mais belas praias de mar do mundo! Digo isso sem medo de errar. É possível ir de barco de Maracanã para Fortalezinha. O barco do Godo (ou Goda) sai quase que diariamente, às 11h, do trapiche próximo ao Mercado Municipal.
Também tem um barco que faz o itinerário até a Vila de São Tomé, de lá o passageiro pega um ônibus (pau de arara) até 40 do Mocooca. O valor da dessa viagem custa 10 reais e o barco sai às 10h de Maracanã.
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