Quero um terreno na ilha do Combu


Se tem um cantinho que posso chamar de “meu”, em Belém, é a ilha do Combu – bem ali do outro lado do rio Guamá, de frente para a periferia da cidade. Já frequentei tanto o lugar que não me importo quando me perguntam se tenho um terreno pra lá – bem que eu queria, confesso!
A minha relação com a ilha começou bem antes dela "explodir" para o turismo ecológico e gastronômico da Amazônia. As primeiras idas até o Combu me ensinaram muito sobre a simplicidade da vida ribeirinha. Vivenciar o contato com a natureza e todas maravilhas que ela oferece – isto inclui os cheiros, sabores e as cores exuberantes da paisagem. Acho que quem se propõe a ir até a ilha deve manter um espírito aventureiro, esquecer um pouco o estresse da “selva de pedras”, dos problemas. Fugere urben, pessoal!
Tenho dois restaurantes de “cabeceira” – principalmente pelos preços no cardápio que considero em conta.
O do seu Laércio (o restaurante Portas Abertas) tem uma característica singular. A receptividade dele faz toda a diferença! É um ribeirinho nato, do tipo que já chegou a me oferecer a própria casa para quando quisesse passar uma temporada na ilha. Um bate papo com ele, em dias de pouco movimento no estabelecimento, é super recomendável.
Da última vez em que estive no restaurante do seu Laércio, voltei com duas sacolas cheias de manga que colhi do terreno dele. Era o período de safra e ele não me negou a colher algumas frutas.
Também me sinto acolhido no restaurante Ribeirinho – este é um dos que mais passam por investimentos para implantação de atrativos que agradam aos visitantes. O espaço tem piscina, bosque, loja de artesanato e redário. O peixe assado de brasa (o tambaqui) deles é o prato que mais indico.
No Combu almoço e lazer se completam. A paisagem envolta é um presente de Deus. São diversos os restaurantes na ilha e a minha sugestão é que visitem o máximo que puderem. Afinal, quem vai uma vez, sempre volta. E não se admire de encontrar algum global por lá. Maitê Proença toda vez que vem a Belém, passeia por lá. Fábio Assunção idem – ele deu o que falar quando esteve na ilha. Ganhou centenas de curtidas dos belenenses.
Rodrigo Hilbert já gravou um programa da GNT na ilha do Combu (o seu Reginaldo, do Ribeirinho, conta isso com orgulho).
Como chegar
A travessia para a ilha, atualmente, custa sete reais por pessoa. Os barcos parte do trapiche na Praça Princesa Isabel, no final da Alcindo Cacela com a Avenida Bernardo Sayão (bairro da Cremação). Ao chegar na praça, você já será abordado por vários barqueiros oferecendo os serviços. Não esqueçam de checar a capacidade e os coletes salva vidas! No momento da travessia o barqueiro pergunta qual o restaurante você vai, é só dizer que te deixam lá.
Se voltar no final da tarde, o pôr do sol no rio vai encerrar o passeio com chave de ouro.
A volta da ilha do Combu, no rio Guamá.

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