A memória e os saberes do Marajó estão em Cachoeira do Arari

Museu do Marajó - Cachoeira do Arari
O Marajó, maior arquipélago flúvio-marítimo do mundo, é também um pedaço do Pará repleto de histórias, memórias e vivencias de simplicidade – simplicidade esta que ora é mostrada pela hospitalidade ribeirinha, outrora é apresentadas pela rusticidade de vaqueiros. Cenário de desigualdades sociais, a região tem muito a apresentar aos que buscam conhecer um pouco mais sobre os marajoaras, suas crenças e formações das cidades e municípios. Tentar mergulhar nessa história resulta, sem dúvidas, num roteiro diversificado entre conhecimento e um cenário exótico tipicamente amazônico. Cachoeira do Arari é um dos municípios que talvez mais possa sugerir uma viagem com um roteiro que mescle aventura, contato com a natureza e história.
“Tem um bairro curioso que se chama ‘bairro do choque’. Antigamente era uma área alagada e tinha muito poraquê (um peixe que solta uma descarga elétrica). Hoje elevaram as ruas e é uma das maiores vilas de pescadores da região”, indicou o universitário Rafael Pamplona, que faz pesquisas na cidade.
Porto Camará (Foto: DENILSON D'ALMEIDA) 
Para chegar em Cachoeira do Arari, saindo de Belém, deve pegar barcos e lanchas que partem diariamente do Terminal Hidroviário com destino ao Porto do Camará.
De lá, o turista pega uma van ou micro-ônibus que deixa o viajante aonde ele quiser na cidade - pode ser na porta de casa, no hotel ou em qualquer outro ponto. Também é possível ir de carro, a travessia é feita por balsas que saem de Icoaraci.
PA-154 leva a Cachoeira do Arari 
O trajeto do porto até Cachoeira do Arari é pela rodovia PA-154. Um percurso de pouco mais de 60 quilômetros com paisagens formadas por fazendas e pastos. Esta é uma das estradas em que os motoristas precisam redobrar a atenção – primeiro para não se distrair admirando a paisagem - porque ele vai dividir a pista com búfalos, bodes, cavalos, marrecos e outros animais criados nas fazendas do Marajó.
Plantações de arroz e queijarias também representam uma parada obrigatória para ser visitada.Cidade onde viveu o poeta paraense Dalcídio Jurandir – inclusive a casa dele, hoje é aberta para visitação – o lugar carrega um falso rótulo de não ter nada a oferecer para o turista. Queijarias, fazendas e museus são alguns dos atrativos para se conhecer e visitar em Cachoeira do Arari.
Museu do Marajó
Otaci apresenta o museu 
O vice-presidente do Museu do Marajó, o senhor Otaci Gemaque, 71, é um dos anfitriões que melhor pode receber os turistas em Cachoeira do Arari. De maneira simples ele acolhe a quem chega na cidade e, obviamente, inicia o passeio apresentando o museu que tanto se orgulha de ser o guardião. O espaço possui um vasto acervo de cerâmicas confeccionadas tribos indígenas que viveram na região 1200 anos a.c.
“O museu começou a ser construído em 1972, em Santa Cruz do Arari. Em 1982, foi trazido para Cachoeira do Arari. Ele foi pensado e criado pelo padre italiano Giovanni Gallo”, contou Otaci. “O prédio em que está construído aqui é onde funcionava uma antiga fábrica de óleo”, prosseguiu.
Boa parte do acervo exposto tem o caráter lúdico que interage com o visitante, mexe com imaginário. Brinca muito com o saber popular do povo marajoara. É possível encontrar alguns documentos históricos sobre a fundação das cidades. Por isso dizem que o museu do Marajó ajuda a compreender como vive e os costumes do caboclo marajoara.

Como chegar:
- Viagem de barco ou lanche que partem de Belém para o Porto Camará
Valor das passagens: varia de R$ 25 a R$ 48
Passagem da van do porto a cidade: R$ 20

Alimentação e hospedagem
- Pousadas a partir de R$ 50.
- Restaurantes com PF a partir de R$ 10.

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