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Foto: Denilson d'Almeida |
O Arcebispo Metropolitano de Belém Dom Alberto Taveira costumar enfatizar, em suas entrevistas, que ninguém resiste ao Círio de Nazaré. Ontem, cerca de 1,3 milhão de pessoas confirmaram esta máxima durante a procissão que levou a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré da Basílica Santuário até Igreja Matriz de Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua. Os milhares de fieis ocuparam ruas, canteiros e calçadas para ver a padroeira passar em sua berlinda, montada sobre uma viatura da Polícia Rodoviária Federal e ornamentada com flores brancas e róseas.
Houve quem acompanhasse a procissão a pé, de bicicleta, patins ou em veículos próprios. Ao longo de todo o trajeto de 55 quilômetros, diversas homenagens e correntes de orações foram feitas para louvar a Rainha da Amazônia. O Traslado para Ananindeua durou exatamente 12 horas e 22 minutos, dando um sinal de que este será o maior de todos os Círios dos últimos anos.
Eram 20h22 quando a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré chegou a Igreja Matriz de Ananindeua, sendo que o horário previsto para a chegada era às 20h. A procissão seguiu a maior parte do tempo no cronograma correto, porém o engarrafamento que se formou na BR-316, entre Marituba e o Entroncamento fez com que a carreata atrasasse no final do trajeto. Mesmo assim, nada retirou o brilho da festa.
Com as mãos estendidas e os olhos cheios de lágrimas a aposentada Andrelina Gomes, 69, fazia suas orações diante da padroeira. “Eu atribuo à Ela a cura de um câncer de mama, que tive há alguns anos. Me peguei com Nossa Senhora e todos os anos assisto a passagem daqui de frente do hospital”, exaltou.
A Avenida Almirante Barroso e a Rodovia BR-316 se transformaram em um verdadeiro mar de gente cuja correnteza seguia em direção da fé naquela que é considerada Mãe, Rainha, Padroeira e Bem-aventurada.
Da janela dos ônibus e dos carros, as mãos estendidas em direção a imagem era um sinal de que naquele momento ficar preso no congestionamento era pequeno demais diante da força maior que estavam à sua frente.
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Traslado passa em frente ao Mercado de São Brás |
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Na Cidade Nova 5 novas homenagens |
Os personagens mais conhecidos da procissão começaram a ser vistos entre os carros da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Entre eles, o maratonista Ney Belém Santos, 52, que todo ano percorre descalço todo o trajeto da procissão. “Comecei a vir pagando uma promessa. Hoje me disponho a vir apenas para agradecer as graças alcançadas”, disse balançando a bandeira de Igarapé-Miri, onde mora.
Os canteiros de obras da construção civil e os elevados foram os locais favoritos para trabalhadores e operários ficarem para ver a procissão passar.
Com a expressão de cansaço no rosto a promesseira Eliene Alves participou da procissão correndo e carregando uma maquete. “Foi uma promessa, um pedido que fiz para Nossa Senhora e ela me ajudou. Hoje, a minha família e eu moramos na nossa própria casa”, comentava.
A partir das 13h, a procissão adentrou ao bairro do Jaderlândia, em Ananindeua, onde teve que fazer um desvio para rua São Benedito, devido a uma obra de drenagem. No bairro do Una, a multidão praticamente fechou a rua e romaria seguiu lentamente.
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Imagem recebe homenagem na Universidade da Amazônia. |
Na barreira da PRF, em Ananindeua, o diretor coordenador da Festa de Nazaré, Jorge Xerfan, avaliou como positiva a primeira romaria, que não registrou nenhuma intercorrência, exceto o pequeno atraso.
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