Ilha de Cotijuba: Ruínas de uma história inesquecível

Ruínas do educandário Nogueira de Faria (Foto: Denilson d'Almeida)
Das 39 ilhas que cercam Belém, uma delas tem um charme especial e um roteiro histórico que diz muito sobre o Pará do século XX. Distante cerca de meia hora do trapiche de Icoaraci, de onde partem os barcos para esse lugar mágico, a primeira imagem que o turista vê ao aportar na ilha de Cotijuba é a ruína do antigo Educandário Nogueira de Faria, construído na década de 1930 com a finalidade de capacitar jovens infratores para o mercado de trabalho. 
Anos mais tarde, em 1955, o educandário virou um presídio – segundo os historiadores, um local de torturas e maus tratos. Esse capítulo da história guarda muitas outras narrativas que estão no imaginário dos moradores da ilha. Hoje, tudo o que resta do prédio são as paredes e em determinadas salas o piso. O telhado não existe mais, pintura da parede menos ainda. 
Neste sentido, escolher a ilha como destino de férias e viagem não é somente uma aventura por praias e trilhas. Há muito a se conhecer e aproveitar no lugar. 
Em frente as ruínas fica o ponto de charretes, moto charretes e bondinhos utilizados no transporte de passageiros e pequenas cargas. A imagem deste tipo de transporte com as ruínas ao fundo forma um cenário singular, característico do lugar. 
O publicitário Rafael Nascimento, 30, tem uma ligação familiar com Cotijuba. Os avós dele tem uma casa na Praia do Vai quem quer, a mais distante do educandário. Para ir a esta praia é preciso pegar um bondinho (puxado por trem) ou as charretes. “O lugar é muito bonito e tem uma atmosfera de liberdade. A ilha te faz se desprender do caos do centro de Belém, é relaxante”, descreveu Rafael. 
Interessado em trabalhos de audiovisual, o publicitário chegou a gravar filmes na ilha, durante o tempo em que estudou no Ensino Médio e inciou a faculdade. Alguns filmes, inclusive, com roteiros fictícios. “A maioria destes vídeos nunca cheguei a publicar em nenhum lugar. Funcionaram apenas como testes, exercícios e aprendizagem para o que eu me proponho a fazer”, desfechou. 
As praias do Farol, que fica mais próximo do trapiche e na parte mais urbana da ilha, e a do Vai quem quer são as duas mais frequentadas pelos turistas. Ambas com belezas e particularidades bem distintas. Hoje, quem chega a do ‘vai quem quer’ começa a ser recepcionado por funcionários de restaurantes logo que desce do bondinho ou da charrete. “Temos wi-fi”, é o discurso convidativo para que o turista almoce nestes estabelecimentos.
Como chegar:
- Travessia de barcos que partem do trapiche de Icoaraci
Valor das passagens: R$ 3,30 a R$ 4,50
Passagens de bondinho e charrete para a praia do Vai quem quer: R$ 4 a R$ 8 (mesmo preço do mototaxi)

Alimentação e hospedagem
- Pousadas a partir de R$ 35
- Restaurantes com refeições a partir de R$ 20.

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