Mochilão marajoara: Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari

Eu sabia que o Marajó era bonito, só não sabia o quanto este paraíso ia me deixar encantado e com muita vontade de voltar lá para conhecer o que não deu para fazer nos 3 dias que passei em Salvaterra, Soure e Cachoeira do Arari. Uma viagem de puro contato com a natureza e paisagens paradisíacas, com uma atmosfera diferente que te envolve numa energia difícil de descrever com palavras. O ideal é viver o lugar e todas as sensações que ele te desperta.

Antes de começar a falar sobre a viagem que fiz por lá, vale um lembrete que infelizmente é a realidade: Conhecer o Pará pode ser um pouco mais caro que conhecer outras cidades brasileiras. Por isso, mesmo que a viagem seja em estilo "mochilão" é importante contar com uma renda extra para o caso de imprevistos. Não fiquei em hotel, fiquei na casa de amigos. E isso certamente me ajudou a economizar, embora seja possível encontrar pousadas a preços baixos. A alimentação é barata, basta você procurar com calma e sem pressa.

Agora no que se refere a transporte... Aí te digo que os valores podem doer no bolso tanto para ir ao Marajó quanto para se locomover pela região. Um táxi de Joanes para o centro de Salvaterra, por exemplo, custa R$ 50 e você precisa dar "aquela chorada" para ter desconto. Ah! Mas se você for em grupo e o valor for dividido, não sairá tão caro! Recomendo, a quem puder ou tiver, ir de carro e com o tanque de combustível cheio.

O mochilão rumo a esta parte do Marajó começou no terminal hidroviário, em Belém, rumo ao porto do Camará, em Salvaterra. O valor das passagens de barco varia de R$ 25 (navio) a R$ 35 e R$ 47 (lancha). Eu escolhi ir de lancha, pois a publicidade dela informa que a viagem dura em média uma hora e meia. A minha durou duas horas - tanto para ir quanto para voltar. O destino também pode ser Belém-Soure. Se fores de carro, a balsa você pega em Icoaraci e não sei o valor da passagem.

Muita gente comenta que a viagem é com adrenalina por causa da travessia na baía, mas as minhas foram tranquilas.

Ao chegar no porto têm uma porção de vans que te levam para Salvaterra (passagens custa 8 reais), Joanes (passagens 10 reais) e Cachoeira do Arari. A vantagem é que estas vans te deixam na porta de onde vais ficar (casa, hotel, pousada).

JOANES

Praia de Joanes

Joanes é distrito de Salvaterra. Uma vila incrivelmente linda e tranquila! A história do lugar começa no século 18 quando os jesuítas vieram para a região e ergueram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Hoje, as ruínas desta construção consiste no principal ponto turístico da vila e fica ao lado do farol e da atual igreja que recebe o mesmo nome. Infelizmente o farol não funciona mais. Moradores vizinhos as ruínas comentam que os padres que morreram por ali no século XVIII fazem "visagem" pelo local. Eu não vi nada, nem senti nada. Mas já que o povo diz... Não quis confirmar, né?

Em relação a praia, banhe-se a vontade e se deslumbre com a paisagem. Se optar por tomar banho para o lado esquerdo de quem chega a praia, próximo de onde os pescadores ancoram suas embarcações, tome cuidado com os animais marinhos (água viva). Para o outro lado o mergulho é mais tranquilo. É como se a praia tivesse dois ecossistemas.

São poucos os restaurantes e peixarias ao longo da areia. Se escolher ficar no restaurante do Jacaré, sugiro o prato PEIXE A DELICIA, custa 42 reais e serve até 3 pessoas, talvez 4 dependendo da fome da galera. Quando fui estava com tanta fome que não deu tempo de fotografar o prato.

A caipirinha do restaurante do Jacaré
é uma boa pedida!

Fora da alta temporada, a tranquilidade reina soberana em Joanes. Sem festas, comunidade se recolhe cedo. O "point" acaba sendo uma pizzaria que foi inaugurada recente. Tem preços baixos e são deliciosas. Mas nada disso vai importar se você for fazer um lual na beira da praia - que por sinal é onde o sinal da operadoras de celular melhor funciona.

Na vila tem um ônibus que faz a linha Joanes/Salvaterra,mas fora de alta temporada ele não funciona aos sábados e domingos. Uma pena! No entanto, isso acaba deixando o lugar com uma atmosfera mais rústica.

SALVATERRA

Patinhas de caranguejo empanada.
Praia Grande, Salvaterra-PA.
Foto: Denilson d'Almeida

Salvaterra, a princesinha do Marajó, também nos encanta. Lugar bonito, calmo. Em relação a seus habitantes nos chama a atenção a forma com que tratam tudo como se fosse perto. De fato é, mas para quem vai pela primeira vez pode achar os lugares que eles indicam para conhecer um pouco distante. É um povo hospitaleiro, sempre atenciosos.

Não deu tempo de ir visitar a Pousada dos Guarás - tão falada. Espero conhecer na próxima ida ao Marajó.

Dependendo do horário é possível montar em búfalos a beira da praia. Essa montagem rende a foto clássica que todo turista deve e precisa fazer quando vai a Salvaterra ou a Soure.

Na orla da Praia Grande, uma boa pedida pode ser um petisco feito a base de pata de caranguejo. Delicioso! A praia também boa para banhar. Na praça que fica em frente a cidade é que se concentra alguns "points", mas apenas passei por lá, não parei.

Ah! Uma curiosidade que chama a atenção é quantidade de motocicletas circulando sem placas. Algumas até conduzidas por crianças, sem uso de capacete. Vale os órgãos competentes fazerem uma fiscalização por lá!

Uma parte da orla está sendo desgastada pela erosão. (Alô, prefeitura de Salvaterra e Governo do Estado, vamos cuidar melhor da princesinha?)

Fiz esta foto porque a placa chamou tanta atenção quanto a lua no céu.  Parecia um recado para agradecer a Deus pelas maravilhas que nos deu. Praia Grande, Salvaterra-PA.

SOURE

Cidade arrumadinha, organizada. Mas dali o que eu queria mesmo era conhecer a Praia do Pesqueiro. Não me arrependi! Ela é, de fato, uma das mais bonitas que conheci em toda a minha vida como "mochileiro".

Daqui a pouco completo esta postagem... (continua...)